quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Universitário com paralisia cerebral publica livro de poesias em Curitiba




O jovem Marcio Sakyo Poffo Taniguti, 23, nasceu com paralisia cerebral, que lhe comprometeu os movimentos do corpo e da fala. Os obstáculos, no entanto, não foram suficientes para barrar sua vontade de vencer desafios, como a recente conclusão de um livro de poesias.
Taniguti publicou neste mês em Curitiba a obra batizada de “Meus Primeiros Passos”, em que conta e canta sob a forma de rimas e metáforas o que é sua vida e as lições de superação, angústias e expectativas que marcam sua trajetória ao lado de familiares e amigos.
Estudante da faculdade de jornalismo, Marcio precisa da ajuda de uma cadeira de rodas para se locomover e usou uma ponteira presa à testa para digitar os versos.
As poesias falam de superação, amor, medo e agradecimento aos pais e da consciência de viver rodeado de limitações físicas impostas desde as complicações sofridas no parto, mas que não fizeram desisti-lo de viver.
O caldeirão de emoções exposto por Marcio pode ser resumido no poema “Sobre as pedras”, que abre o prefácio do livro: “Caminhando sobre as pedras/ Tentando me equilibrar/ Elas em movimento o tempo todo/ Com os meus passos/ Percebo que estou caminhando/ Em cima da minha vida”.  
Marcio digitou na tela de seu computador uma resposta ao ser perguntado pelo UOL Notícias sobre a ideia de escrever o livro: "Um dia eu estava no PC, fiz um poema e mostrei para minha mãe, ela gostou. Levei para a minha fonoaudióloga, que me deu a ideia de lançar um livro. E então eu não parei mais de escrever". Desde 2009, já são mais de 600 poemas, dos quais 70 fazem parte do livro.
"Ele se superou em tudo. O Márcio sempre teve força de vontade. O livro é mais um exemplo disso. Não pudemos ter presente maior. Desde que ele começou a faculdade de jornalismo (está no segundo semestre), nunca faltou. Sempre procuramos tratá-lo como uma pessoa normal", disse a dona de casa e mãe de Márcio, Márcia Taniguti, que acompanha o filho às aulas.
O pai, o aposentado Márcio Taniguti, contou que as sequelas da falta de oxigenação no cérebro, ocorrida durante o parto, começaram a ser percebidas quando o filho tinha seis meses de idade. A partir daí, eles começaram um tratamento intenso para que ele pudesse enfrentar todos as consequências que a paralisia cerebral provoca no corpo.
"Desde os seis meses de idade, quando foi detectado o problema, o tratamento do Márcio foi direto. Nunca pensamos em colocar ele numa cadeira de rodas e deixar num canto. Não foi o caso dele", afirmou o pai.

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