Ao cruzar o estreito portão de ferro na entrada do Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (Iepic), em Niterói, e se dirigir ao bloco localizado à esquerda do pátio, uma surpresa. Sentado nos degraus da escada que liga o primeiro e o segundo andares, um grupo de alunos confraterniza animadamente. Mas alguns só fazem gestos, outros falam com a boca e com as mãos, e há ainda quem prefira usar apenas os lábios mesmo.
Entre eles, há vários surdos, um cego e uma autista, mas é difícil reconhecer quem é quem. Nos "idiomas" utilizados, há uma mistura de nossas duas línguas oficiais: o português e a Língua Brasileira de Sinais (Libras). No Iepic é assim: a convivência entre os alunos com e sem deficiência é plena. Eles dividem salas, refeitórios, pátios e quadras. Até mesmo o bullying, que assola todas as escolas sem distinções sociais, por lá não tem os deficientes como vítimas preferenciais.