quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Especialista dá dicas a professores de alunos com deficiência múltipla ou surdocegueira


Shirley Maia, diretora da Associação Educacional para Múltipla Deficiência (Ahimsa), esteve no primeiro encontro do Fórum Regional de Surdocegueira e Deficiência Múltipla, no dia 23 
 20120823im3r_forum_surdocegueira_michida_1890_01Como educar uma criança ou adolescente surdocego ou com deficiência múltipla? Essa dúvida esteve presente no I Fórum Regional de Surdocegueira e Deficiência Múltipla, realizado pelo Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado e que percorrerá dez regiões do Estado até dia 25 de outubro.
Essas e outras dúvidas dos educadores foram respondidas por especialistas e por pessoas que convivem com essas deficiências. Entre elas, está a pedagoga e diretora da Associação Educacional para Múltipla Deficiência (Ahimsa), Shirley Maia. Durante sua apresentação, Shirley falou sobre as necessidades educacionais desses estudantes e deu dicas sobre como lidar com essas questões. Confira algumas delas: 
Experimentação
A pedagoga explica que é necessário incentivar a autonomia desses alunos. Uma forma de fazer isso é permitir que eles experimentem mais durante as atividades. “O professor não deve entregar nada pronto para esse aluno. Eles precisam experimentar e fazer as tarefas sozinhos, pois é dessa forma que eles irão aprender”, afirma.
Percepção do aluno
Um dos pontos destacados por Shirley é a necessidade de respeitar o tempo de aprendizagem de cada criança. De acordo com ela, a forma como esses alunos respondem às atividades pode variar muito de caso para caso. “É preciso respeitar a individualidade e dar o tempo necessário para que cada criança aprenda”, explica.
Aproximação
A especialista afirma que existem formas para permitir que os alunos surdocegos ou com deficiências múltiplas conheçam a pessoa que se aproxima. A dica é não ser invasiva e usar suas características para facilitar o reconhecimento. “No meu caso, por exemplo, eu sempre utilizo o mesmo perfume, que passo nos pulsos, e já se tornou marcante para eles”, conta.
Ainda segundo a pedagoga, é necessário que o professor que trabalha com esses alunos tenha facilidade para a aproximação tátil.
20120514_escola_alunos_braille_rlasci_03_285Formas diferentes de aprender
Shirley explica que, para os alunos surdocegos ou com deficiências múltiplas, existem formas diferentes de aprender e de se comunicar. “Eles irão aprendem muito com o tato, com o olfato e, para aqueles que ainda têm um pouco da visão, com o resíduo visual”. De acordo com a especialista, o professor deve observar qual o meio de comunicação ao qual a criança se adapta melhor para utilizá-lo em seu aprendizado.
Trabalho com a família
O contato entre professor e família é fundamental, ressalta Shirley. O trabalho conjunto pode auxiliar o aprendizado da criança e, também, pode orientar os pais no contato com seus filhos.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Estado estabelece política pública para atendimento a alunos superdotados



Resolução para identificação e atendimento de estudantes com altas habilidades foi publicada hoje (08/08) no Diário Oficial do Estado
Novas normas incluem a aceleração de estudos das crianças ou dos adolescentes com superdotação

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo estabelece, a partir de hoje (08/08), uma política pública para o atendimento de estudantes com altas habilidades/superdotação. As novas normas, que constam em resolução publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial do Estado, possibilitam o processo de aceleração de estudos para alunos superdotados.
        O documento institui ainda critérios e procedimentos para subsidiar as escolas da rede estadual de ensino na identificação desses estudantes.   Devem ser considerados pelas unidades escolares alunos com altas habilidades aqueles que, em suas atividades, demonstrem potencial elevado e grande envolvimento com áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas, como a intelectual e acadêmica, psicomotora, de liderança e de criatividade, associadas a um alto grau de motivação para a aprendizagem e para a realização de tarefas e assuntos de seu interesse.
         As crianças e os adolescentes com essas características devem ser matriculados em classes comuns das escolas estaduais, no Ensino Fundamental ou Médio, que têm de oferecer atendimento adequado às necessidades educacionais constatadas em avaliação pedagógica realizada pela unidade de ensino.
         De acordo com a resolução, a aceleração de estudos só pode ser feita se o pedido for formalizado pelos pais ou responsáveis, por requerimento dirigido à unidade escolar, que ficará encarregada de orientar os solicitantes.
         A oportunidade de aceleração de estudos só pode ser indicada pela equipe gestora se os índices de desempenho obtidos pelo estudante nas avaliações se destaquem pelo grau de excelência alcançado; se houver atestado de avaliação psicológica, feita por profissionais experientes nessa área, que comprove que, além de altas habilidades, o aluno possui maturidade emocional compatível com a faixa etária do ano indicado, além de parecer pedagógico que ateste o esgotamento e a ineficácia das medidas de enriquecimento curricular.
         O estudante que atender aos critérios acima descritos será matriculado em ano ou série correspondente a, no máximo, dois anos posteriores do segmento de ensino em que esteja matriculado, visando preservar o desempenho escolar e a maturidade emocional da criança ou do adolescente.
Independentemente de avaliações psicológicas e pedagógicas, o aluno com idade para o ingresso no Ensino Fundamental será matriculado sempre no 1º ano do ciclo I. Nesse caso, os estudantes podem avançar de ano após participar, no 1º bimestre do ano letivo, de avaliação para reclassificação.
          A resolução publicada hoje também visa oficializar alguns critérios adotados pela Pasta para atendimento de alunos com altas habilidades/superdotação, como o aprofundamento e enriquecimento curricular que promovam, em horário de aula ou turno diverso, o desenvolvimento de atividades voltadas às potencialidades e interesses apresentados pelo estudante e aos demais programas e projetos da Secretaria.

Formação continuada
         A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo conta, desde 2006, com o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação, vinculado ao Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado (Cape). Por meio de capacitações realizadas pelo setor, cerca de 11,6 mil educadores das 91 diretorias regionais de ensino do Estado já participaram de formação para atendimento a alunos com altas habilidades.
        Ainda com o objetivo de orientar os profissionais da rede estadual, o Cape lançou, em 2008, o livro “Um Olhar para as Altas Habilidades: Construindo Caminhos”, que deve ter sua segunda edição publicada ainda neste ano.
Todas essas ações resultaram no aumento, nos últimos anos, do número de alunos identificados com altas habilidades/superdotação na rede estadual de ensino. Enquanto em 2006 eram 79 os estudantes identificados, neste ano são 674.

São Paulo, 8 de agosto de 2012
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Assessoria Imprensa
Mais informações à imprensa: (11) 3218-2061 e 3218-2020